Desemprego e desigualdade<br>marcam quotidiano nos EUA
Depois de dados oficiais terem confirmado que a taxa oficial de desemprego nos EUA permanece em níveis históricos, como noticiou, a semana passada, o Avante!, o Instituto de Política Económica (IPE) corrigiu a estatística acrescentando-lhe os milhões de subempregados existentes no país.
Aos cerca de 14 milhões de desempregados, 9,1 por cento da população activa, o IPE somou os 10,6 milhões de trabalhadores que, ou foram obrigados a aceitar um emprego a tempo parcial, ou já desistiram de encontrar trabalho. Assim, a taxa de desemprego em sentido lato cifra-se em 15,8 por cento, diz o IPE.
Ainda de acordo com dados daquele Instituto, citados por David Brooks em artigo publicado no La Jornada, existem em média 4,6 desempregados para cada novo emprego disponível.
Os trabalhadores jovens (dos 16 aos 24 anos), e os membros das comunidades afroamericana e hispânica são dos mais afectados pelo flagelo, já que, em Maio, a taxa de desemprego entre os primeiros era de 17,3 por cento, e entre os segundos e os terceiros era de 16,2 e de 11,9 por cento, respectivamente.
Ricos amassam fortuna
A par do desemprego, também a muitíssimo desequilibrada distribuição da riqueza marca o quotidiano do povo norte-americano. Tal fica claro ao confirmar-se que, entre 1979 e 2005, 20 por cento das famílias mais pobres do país viram os respectivos rendimentos crescerem apenas 200 dólares, em média.
Em contraste, diz igualmente a IPE, 0,1 por cento dos lares mais ricos tiveram, no mesmo período de 26 anos, ingressos médios de cerca de 6 milhões de dólares.
Nos últimos anos o cenário só se agravou, conclui igualmente o IPE, que sustenta que em 2009 os 5 por cento mais ricos controlavam 63,5 por cento da riqueza criada nos EUA, enquanto que 80 por cento da população detinha pouco mais de 12,5 por cento.
Fosso abissal
Mas o fosso entre os ricos e pobres não é apenas observável na maior potência imperialista. Dados divulgados recentemente pelo Wall Street Journal baseados num relatório do Boston Consulting Group, indicam que os 0,9 por cento da população mundial pertencente à restrita elite de milionários controla quase 40 por cento da riqueza.
Este grupo cresceu, em 2010, 12,2 por cento, mas entre os países que albergam mais famílias milionárias permanecem os EUA, seguidos do Japão, da China e do Reino Unido.